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- Jogo escolar que explora burros atrai críticas nos Estados Unidos
Postado Por : Dom Ruiz
segunda-feira, 9 de março de 2015
DESEDUCAÇÃO
Foto: Stephen Cantrell Michigan.com.
Uma tradição esportiva está causando polêmica em Redford, subúrbio da cidade americana de Detroit. O jogo de basquete feito pela escola secundária local para arrecadar fundos acabou arrecadando também críticas de grupos defensores de animais, em particular a ONG PETA. É que o basquete é jogado em cima de burros.
O basquete sobre burros é um evento muito popular da Redford Union High School, onde é praticado desde dos anos 50 em times de 12 a 14 jogadores (montados em burros). ”É um programa para a família” diz Jeff Osowski, presidente da Blue and Gold Club, um grupo para pais e mães apoiarem a escola. “É muito divertido de assistir”.
Mas não para os animais.
“Os burros são arrastados, puxados, chutados, socados, batidos com a bola… e são montados por adolescentes e funcionários sem nenhum treinamento ou experiência para isso. Simplesmente não é OK usar e abusar desses animais para conseguir dinheiro para escolas”, disse Rachelle Owen, gerente de campanhas para a juventude da PETA.
O grupo tem sido um oponente forte do basquete sobre burros e exortou o Distrito Escolar de Redford Union a acabar com a tradição e procurar formas “mais humanas” de angariar doações. “Tradição não é desculpa para crueldade”, diz Owen.
Jeff sabe das queixas, mas diz que nunca viu as coisas que a PETA afirma que acontecem sempre e está convencido de que o evento não é cruel com os burros. Durante a partida, os jogadores conduzem os animais para frente e para trás na pista com um dispositivo que Jeff descreve como parecendo um cabresto e saltam em cima deles quando estão prontos para tentar fazer uma cesta.
“Se esses animais fossem maltratados de qualquer forma, eu iria parar tudo no mesmo minuto”, diz Osowski. “Eu fui criado junto com cavalos… e eu sei dizer quando algo é maltratado. Eu acho que os burros gostam tanto quanto as crianças”.
A história do evento remonta a 1956 ou 57, quando um grupo organizou a primeira edição e fez os pais montarem os animais. Durante décadas desde então, o jogo tem sido praticado anualmente, exceto em 1986 quando o chefe do grupo de pais não agendou os burros a tempo.
Hoje, o dinheiro arrecadado é doado à escola, financiando bolsas para estudantes ou a compra de materiais para os professores. Os burros são “fornecidos” pela empresa Buckeye Donkey Ball, de Ohio. O website da companhia afirma que eles também alugam burros para corridas e jogos de baseball.
A PETA nunca organizou protestos do lado de fora da escola, mas alguns ativistas apareceram em alguns anos. Um debate foi gerado na página do evento no Facebook entre dois ativistas e alunos e pais. Owen acredita que esse modo de arrecadar fundos está ensinando uma lição terrível para as crianças. “Não é uma situação na qual qualquer animal deveria estar, para entretenimento. Não é correto”, diz ela.
A última edição, a de 2015, aconteceu quinta-feira, dia 5 de março.