Um incêndio na residência da empregada doméstica Juliana Batista Silva quase terminou em tragédia em Cachoeirinha, na Região Metropolitana de Porto Alegre. A válvula de segurança do botijão de gás rompeu, e as chamas se alastraram rapidamente. Os adultos correram para fora da casa, e a menina Ana Karolina, que dormia sozinha em um quarto, só se salvou porque foi acordada pelo cachorro Uísque e conseguiu sair do local sem nenhum arranhão.
“Ele me lambeu na bochecha. O Uísque é meu herói”, conta a criança de cinco anos ao voltar até a casa pouco mais de uma semana depois do incêndio.
Se foi por instinto ou apenas brincadeira do animal, ninguém sabe. O certo é que depois do susto, o cachorro aproveita para ganhar ainda mais carinhos dos tutores.
O cão é tutelado pela tia da menina, Juliana, que estava indo morar no local naquele dia. Com a confusão da mudança, a família lembra que ninguém sabia ao certo quem estava dentro da casa. “Tiramos tudo o que tinha em cima para tentar apagar, mas não conseguimos. Então saímos de dentro de casa, todo mundo para a rua. Não sabia que ela estava lá dentro”, lembra a mãe da garota, Cléris Kramer.
Irmã da nova moradora, era a mãe de Ana Karolina quem cozinhava no momento em que o fogo começou. O pai da menina ainda tentou atirar o botijão pela janela e está no hospital se recuperando das queimaduras.
A casa de madeira ficou totalmente destruída. “Foi questão de segundos. Quando a gente viu, estava pegando fogo. Foi muito rápido. Não tem explicação para o que aconteceu. Perdemos tudo. E agora, como recomeçar?”, indaga Juliana.