Canal dos Bichos

Foi confirmado que os dois leões-marinhos encontrados neste mês tinham ferimentos de bala, mas não está claro se eles foram baleados antes ou após morrerem, disse David Bard, diretor do Centro de Cuidado a Mamíferos Marinhos em San Pedro, um hospital que tratou os animais.

Balas foram retiradas de dois dos quatro leões-marinhos, e os outros dois somente apresentavam sinais de ferimentos de armas de fogo, disse Jonsie Ross, uma coordenadora de mamíferos marinhos encalhados no Centro de Vida Selvagem da Califórnia.

“Quase todos os anos vemos um caso assim”, disse Dave Reilly, um agente especial da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera, que está investigando os incidentes.

São casos difíceis de serem montados, ele disse, pois as balas às vezes não se alojam nos animais, suspeitos são difíceis de serem encontrados e exames de balística nem sempre podem ser feitos.

Ele ainda disse que pescadores podem impedir que animais prejudiquem o que foi pescado ou seus equipamentos enquanto estiverem trabalhando, mas não tem permissão para machucá-los.

Leões-marinhos são protegidos pelo Ato Federal de Proteção a Animais Marinhos. Aqueles que forem acusados e condenados por matar um animal podem enfrentar tempo na prisão e serem multados em milhares de dólares, disse Ross.

Quando a temporada de pesca começa, o Centro de Vida Selvagem da Califórnia recebe mais animais que foram baleados do que em qualquer outra época do ano, ela disse. Moradores da costa muitas vezes ligam para o centro reportando tiros e sinais luminosos vindos dos barcos pesqueiros da área.

“Os leões-marinhos não estão atirando uns nos outros. Alguém está fazendo essa crueldade”, ela disse. “Isso acontece todos os anos, as pessoas precisam saber qual é a situação”.

Diane Pleschner-Steele, diretora executiva da Associação de Produtores de Peixe Fresco da Califórnia, conversou recentemente com um pescador de lula da área que disse não estar ciente de nenhum tiroteio relacionado à operação deles.

“É realmente lamentável que tenho sido insinuado, sem provas (simplesmente somando um mais um), que a frota de lulas seja culpada”, disse Steele em um e-mail.

Apesar de pescadores poderem usar métodos não letais para proteger seus equipamentos e animais pescados, ela escreveu, membros da associação não toleram atividades ilícitas. Entretanto, são eles que utilizam armas de fogo em suas cruéis atividade de pesca de lulas e ficam em contato direto com leões marinhos.

Leões-marinhos e outros animais são atraídos com frequência nos momentos de pesca marinha, pois pescadores estão colhendo uma de suas fontes de alimento, facilitando para que eles se aproximem.

Historicamente, a área de Malibu é popular para as lulas desovarem, e facilita a carnificina feita em toda temporada de pesca, possibilitando uma entrega mais rápida para os mercados de manhã.

Mamíferos tem sido baleados em anos anteriores e parece sempre existir a questão do porque está acontecendo e quem é responsável.

Duas pessoas foram acusadas recentemente de importunar mamíferos marinhos e foram multados em US$ 525, disse Reilly. Uma pessoa usou uma bomba de pesca – um dispositivo pequeno usado para assustar mamíferos – e a outra atirou contra golfinhos com uma pistola de ar, enquanto não estavam pescando.

“Esse é um assunto de alta prioridade, pessoas assassinando mamíferos marinhos. Nós fazemos o que podemos”, disse Reilly.

Reilly também afirmou que Informações do público são importantes para investigar casos em tempo hábil.