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- “Açougues” veganos oferecem alternativas vegetais e sem crueldade
Postado Por : Dom Ruiz
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
Foto: The Herbivorous Butcher/Facebook
Com o crescimento do veganismo no mundo, ativistas de direitos animais têm revolucionado a gastronomia. Em buscas de alternativas à carne, vegetarianos adaptam suas receitas favoritas em versões sem crueldade.
Kale Walch, co-fundador do Herbivorous Butcher, explicou ao Eater que o “açougue” vegano traz versões de produtos, como bacon, carne, salsichas, feitos à base de vegetais.
“Tivemos um grande estande na feira em Minnesota (nos Estados Unidos) este ano, onde distribuímos amostras de alguns dos nossos produtos mais populares”, disse Walch. “Algumas das pessoas que pareciam ser mais adversos a ideia (do veganismo), chegaram até nós e nos disseram: ‘eu posso fazer isso’.”
Na última década, a cultura vegana têm gradualmente ganhado espaço. De acordo com um artigo da Food Navigator USA, 6% da população dos Estados Unidos afirma ser vegana. Enquanto cerca de 26% dos consumidores entrevistados disseram ter reduzido a quantidade de carne que consumiram no mês anterior, muitos afirmando que a principal razão para sua decisão foi o bem-estar animal.
O Ex-CEO do McDonald’s, Don Thompson, pulou a bordo do trem vegano e ganhou uma posição no Conselho de Administração da empresa de alimentos à base de plantas, Beyond Meat, cujas vendas aumentaram no último ano.
Nos últimos dois anos, “açougues” como o Herbivorous Butcher, em Minneapolis, e o YamChops, em Toronto, no Canadá, surgiram vendendo produtos à base de vegetais, como o “Szechuan Chicken”, direcionado para um público que busca alimentos éticos e mais saudáveis.
“Nós não esperávamos que o sucesso fosse tão grande”, esclarece Aubry Walch, irmã de Kale Walch e co-fundadora do Herbivorous Butcher. O conceito nasceu de uma brincadeira em uma festa vegana em sua casa, onde seu irmão brincou que eles iam começar a “carnificina” vegana.
“Em nosso primeiro dia na feira dos produtores locais, nós não esperávamos vender nada”, continuou Aubry. “Nós pensávamos que seria um desastre, mas queríamos tentar de qualquer maneira. É uma causa extremamente importante. Surpreendemente, no primeiro dia, nós vendemos tudo.” Agora, os irmãos estão planejando um estabelecimento em Minneapolis.
Foto: Yamchops/Facebook
Tanto no Herbivorous Butcher quanto no YamChops, os proprietários vendem o que parecem ser carnes e queijos, mas feitos com ingredientes como grão-de-bico e tapioca. A semelhança é tão grande que Toni Ambramson, co-proprietário do YamChops, chegou a discutir com alguns clientes se a comida que tinham acabado consumir era realmente vegetal.
“Queríamos que as pessoas apreciassem tanto os sabores que eles não pensassem nos nossos alimentos como simplesmente veganos”, explica Toni. “Eles apenas diriam, ‘eu quero comer aquilo hoje à noite no jantar. Eu quero trazer isso para a minha família.'”
Apesar de alguns questionarem o uso do termo “açougues”, tanto Walches como Ambramson afirmam que, assim como a comida, a palavra “açougueiro” em si capta a familiaridade da carnificina que está incutida na memória das pessoas. De acordo com Ambramson, o termo evoca imagens de vaca parcialmente cortadas. Ao se afiliarem a esta ideia, os açougues veganos despertam a curiosidade dos clientes para a missão da loja e para os produtos.
“Nós assistimos as pessoas do lado de fora de nossa loja e olhando para nossa placa virando a cabeça dizendo ‘Hein?'”, afirma Ambramson. “O termo definitivamente cria intriga e curiosidade e, como resultado, as pessoas acabam querendo saber mais”.
Alguns dos clientes nestes “açougues” são veganos de longa data em busca de uma refeição saborosa e fácil de preparar, enquanto outros são novos na comunidade sem carne. Em ambos os açougues veganos, os proprietários alegaram que a maioria dos consumidores estão na última categoria. Para os ativistas, seus pratos sem carne, como salsichas e bifes, oferecem aos clientes uma maneira mais fácil fazer a transição de carne de porco e vaca para pratos à base de vegetais.
No entanto, algumas pessoas criticam as iniciativas. Para Sara Franklin, professora da Universidade de Nova York especializada na relação entre alimentação e cultura, a criação de receitas de proteínas veganas que gosto muito parecido com toucinho prejudica o objetivo final de fazer os consumidores apreciarem realmente uma dieta vegana. Para ela, não deveríamos mascarar os sabores na tentativa de imitar a carne, mas mostrar às pessoas como cozinhar vegetais de forma saborosa.
Fonte: ANDA