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- MPF/ES faz reunião este mês para discutir proteção de animais silvestres na BR-101
Postado Por : Dom Ruiz
sábado, 14 de março de 2015
APÓS MORTE DE ONÇA
Onça foi atropelada na madrugada de sexta para sábado (Foto: Leonardo Merçon/ Últimos Refúgios)
O alto índice de atropelamento de animais silvestres no trecho da BR-101 que corta a Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama e provocou a revolta da comunidade, será discutido este mês por diversos órgãos. A informação sobre a reunião é do Ministério Público Federal (MPF/ES).
A finalidade, como informou a assessoria do órgão, é buscar “medidas emergenciais” para combater o atropelamento de animais silvestres nas reservas ambientais cortadas pela BR-101. Há estimativas de que mais de 20 mil animais silvestres morrem atropelados neste trecho por ano, entre anfíbios, répteis, aves e mamíferos.
O trecho tem 25 quilômetros e corta duas áreas de reservas maiores, que são a Reserva Biológica de Sooretama e Reserva Natural do Parque da Vale. Também na área, duas unidades menores: as Reservas Particulares do Patrimônio Natural Mutum-Preto e Recanto das Antas.
A comunidade está se mobilizando contra as mortes de animais, como a de uma onça-parda, atropelada na semana passada. Foi a quarta onça morta na rodovia que corta a Reserva Biológica (Rebio) de Sooretama, se contadas desde 2002, quando morreu uma onça-pintada. Outra morreu em 2007. Também houve uma morte em 2009, de uma onça-parda, como a da semana passada.
Segundo a assessoria do MPF, são convidados a participar da reunião que discutirá o tema representantes da concessionária da BR-101, Eco101; do Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito (Dnit); da Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT); do Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES); do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama; do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); da Polícia Rodoviária Federal; da Secretaria de Meio Ambiente de Sooretama; da ONG Últimos Refúgios; da Reserva Natural da Vale, da Reserva Biológica de Sooretama e pesquisadores da área.
De acordo com o procurador da República em Linhares, Paulo Henrique Camargos Trazzi, falta uma ação coordenada entre os órgãos que atuam no trecho da Reserva de Sooretama para reduzir a quantidade de atropelamentos de animais silvestres ao longo da via.
Por esta razão, considera que a reunião será de grande valia para a construção de um modelo eficaz de combate à mortandade da fauna local, tendo em vista que ela poderá ser agravada a partir da ampliação e duplicação da BR-101, conforme prevê o contrato de concessão da rodovia celebrado entre a ANTT e a Eco101.
O procurador salienta, ainda, que as medidas estudadas para serem implementadas servirão não somente para garantir a conservação da biodiversidade local, como também a segurança dos usuários da via, já que estes sofrem prejuízos em virtude dos atropelamentos de animais. Entre os prejuízos incluem-se o financeiro e também aqueles relativos à integridade física e à vida.
Segundo a assessoria, o MPF/ES possui um procedimento administrativo em andamento na Procuradoria da República em Linhares, para acompanhar e fiscalizar a regularidade ambiental do projeto de ampliação e duplicação da BR-101,no norte do Espírito Santo, no trecho que corta a Reserva Biológica de Sooretama, justamente por conta das frequentes notícias de atropelamento da fauna silvestre.
No último dia dez, foi realizada uma reunião com os responsáveis pela Reserva de Sooretama, quando foram apresentadas algumas medidas emergenciais para tentar evitar que a situação se perpetue.
Entre elas, a redução da velocidade dos veículos de 60km/h para 25km/h na região das reservas; a instalação de radares inteligentes; a desobstrução dos túneis de drenagem de água, que podem servir como passagem da fauna; o cercamento da via de forma direcional para os túneis; e a promoção de ações de sensibilização dos usuários.
O MPF/ES promete discutir todas essas medidas propostas, além de outras que por ventura surgirem no encontro doo MPF/ES com os órgãos competentes.
Fonte: Século Diário