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Postado Por : Dom Ruiz domingo, 5 de janeiro de 2014

CRUELDADE

Animais não vivem como deveriam CRUELDADE Animais não vivem como deveriam (Foto: Divulgação) Animais não vivem como deveriam Fúria Animal é um documentário perturbador. Em suas primeiras apresentações, chamou a atenção no Festival Sundance, na América e em Londres, ano passado, revelando a crueldade com que orcas são tratadas, principalmente no parque Seaworld na Flórida. O documentário de pequeno orçamento e humildes pretensões, arrecadou mais de US$ 2 milhões nos EUA, onde teve lançamento reduzido e foi transmitido na TV CNN, conseguindo o que parecia impossível: transformar a opinião pública sobre uma indústria milionária. Críticos já apontam Blackfish como indicação, e provável vitória, no Oscar deste ano. A história é contada por ex-treinadores do Seaworld, que revelam um show dos horrores: são confissões chocantes sobre o tratamento cruel das baleias em cativeiro. O filme traz a história de quatro vítimas de baleias nos últimos anos, se focando na estrela do Seaworld, Tilikum, orca macho de duas toneladas. Capturado na Islândia no fim da década de 80, o animal tem se apresentado no Seaworld Flórida desde 1992 e está ligado à morte de três pessoas.  Chama a atenção o último caso, em 2010, a morte da treinadora Dawn Bracheau, considerada amiga do animal. Ela foi puxada pelo cabelo e levada para o fundo do tanque, sendo morta pela baleia. “Foi essa morte que me levou a fazer esse filme”, explicou a diretora Gabriela Cowperthwaite. “Quando alguns ex-treinadores aceitaram falar, e ceder imagens, soube que teria um filme”, contou a americana de pais brasileiros. “A ideia não era fazer algo controverso, contra o Seaworld”, disse. “Em alguns momentos, eu me senti sozinha e bastante receosa”, confessou ela, que é mãe e já levou seus filhos ao parque.  Durante a produção do filme, o Seaworld não se pronunciou. “Eles não levaram a sério. Pensaram que eu era mais uma ativista. Só começaram a acreditar quando aparecemos no Festival Sundance, em 2013.” A recepção de Blackfish, pelo mundo, foi surpreendente e incomodou o parque, que resolveu se manifestar há alguns meses. “O vice-presidente de comunicações enviou e-mail para os maiores críticos de cinema contestando pontos que levantamos no filme. Foram argumentos completamente sem sentido”, reforça ela.  “Afirmaram que baleias em cativeiro vivem mais do que no oceano e sabemos que isso não é verdade”, explicou Gabriela, acrescentando a reação positiva do público. “Após o lançamento de Blackfish, várias pessoas que trabalharam no Seaworld me abordaram dizendo que, se eu soubesse metade do que elas sabem, o parque estaria fechado”, comenta ainda.  “Quando você vai ao Seaworld, não vê orcas, mas cópias. Elas descansam e se mantêm no fundo das piscinas. Um comportamento muito diferente das orcas dos oceanos. As baleias do Seaworld são robôs treinados. São animais tristes”, afirma. “Não quero traumatizar o público. Quero levar Blackfish para as escolas e apresentá-lo a uma geração que vai descobrir o Seaworld. É importante que saibam a verdade”. Será que o Seaworld mudaria suas práticas? “Muita coisa já mudou. Nos shows, os treinadores não ficam mais na água. Foi proibido. A frequência dos visitantes caiu para 6% em relação ao último ano. Mas só quando pararmos de frequentar o parque é que as coisas vão mudar”.  Fonte: Tribuna do Norte
Animais não vivem como deveriam
Fúria Animal é um documentário perturbador. Em suas primeiras apresentações, chamou a atenção no Festival Sundance, na América e em Londres, ano passado, revelando a crueldade com que orcas são tratadas, principalmente no parque Seaworld na Flórida. O documentário de pequeno orçamento e humildes pretensões, arrecadou mais de US$ 2 milhões nos EUA, onde teve lançamento reduzido e foi transmitido na TV CNN, conseguindo o que parecia impossível: transformar a opinião pública sobre uma indústria milionária.
Críticos já apontam Blackfish como indicação, e provável vitória, no Oscar deste ano. A história é contada por ex-treinadores do Seaworld, que revelam um show dos horrores: são confissões chocantes sobre o tratamento cruel das baleias em cativeiro. O filme traz a história de quatro vítimas de baleias nos últimos anos, se focando na estrela do Seaworld, Tilikum, orca macho de duas toneladas. Capturado na Islândia no fim da década de 80, o animal tem se apresentado no Seaworld Flórida desde 1992 e está ligado à morte de três pessoas.
Chama a atenção o último caso, em 2010, a morte da treinadora Dawn Bracheau, considerada amiga do animal. Ela foi puxada pelo cabelo e levada para o fundo do tanque, sendo morta pela baleia. “Foi essa morte que me levou a fazer esse filme”, explicou a diretora Gabriela Cowperthwaite. “Quando alguns ex-treinadores aceitaram falar, e ceder imagens, soube que teria um filme”, contou a americana de pais brasileiros. “A ideia não era fazer algo controverso, contra o Seaworld”, disse. “Em alguns momentos, eu me senti sozinha e bastante receosa”, confessou ela, que é mãe e já levou seus filhos ao parque.
Durante a produção do filme, o Seaworld não se pronunciou. “Eles não levaram a sério. Pensaram que eu era mais uma ativista. Só começaram a acreditar quando aparecemos no Festival Sundance, em 2013.” A recepção de Blackfish, pelo mundo, foi surpreendente e incomodou o parque, que resolveu se manifestar há alguns meses. “O vice-presidente de comunicações enviou e-mail para os maiores críticos de cinema contestando pontos que levantamos no filme. Foram argumentos completamente sem sentido”, reforça ela.
“Afirmaram que baleias em cativeiro vivem mais do que no oceano e sabemos que isso não é verdade”, explicou Gabriela, acrescentando a reação positiva do público. “Após o lançamento de Blackfish, várias pessoas que trabalharam no Seaworld me abordaram dizendo que, se eu soubesse metade do que elas sabem, o parque estaria fechado”, comenta ainda.
“Quando você vai ao Seaworld, não vê orcas, mas cópias. Elas descansam e se mantêm no fundo das piscinas. Um comportamento muito diferente das orcas dos oceanos. As baleias do Seaworld são robôs treinados. São animais tristes”, afirma. “Não quero traumatizar o público. Quero levar Blackfish para as escolas e apresentá-lo a uma geração que vai descobrir o Seaworld. É importante que saibam a verdade”. Será que o Seaworld mudaria suas práticas? “Muita coisa já mudou. Nos shows, os treinadores não ficam mais na água. Foi proibido. A frequência dos visitantes caiu para 6% em relação ao último ano. Mas só quando pararmos de frequentar o parque é que as coisas vão mudar”.

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