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Postado Por : Dom Ruiz segunda-feira, 1 de julho de 2013

O cão Obama e o gato Jonny doam sangue regularmente. O cão Obama e o gato Jonny doam sangue regularmente. (Foto: Gustavo Frasão / R7)  Doar sangue pode salvar muitas vidas e curar doenças. O procedimento, antes restrito aos humanos, já está disponível para animais. Agora, cães e gatos também estão aptos a doar e a fazer transfusão de sangue.  A ideia surgiu do médico veterinário Plínio Rossi Arantes depois de observar que muitos tutores perdiam seus animais domésticos pela ausência deste tipo de serviço na capital federal.  Foi então que decidiu criar, em 2001, o Centro Veterinário de Hemoterapia que funciona dentro de uma clínica particular no Jardim Botânico, região administrativa do DF, especializada em exames como cardiologia, endocrinologia, odontologia, oftalmologia, oncologia, ortopedia, urologia e outras áreas difíceis de serem encontradas para animais de pequeno porte.  “É uma especialidade de extrema importância que até então não era oferecida em Brasília. Hoje, nós mantemos um estoque e revendemos as bolsas com sangues coletados para praticamente todos os hospitais veterinários do Distrito Federal que precisam de apoio para cuidar de cães ou gatos em condições críticas de saúde. A ideia é prestar um serviço de altíssima qualidade e salvar o maior número possível de vidas.”  Um exemplo de quem já ajudou e também precisou receber ajuda aconteceu com Obama e Tina, dois cachorros que não têm qualquer grau de parentesco, mas moram juntos com a família de Andréa Romero, de 39 anos, moradora do Jardim Botânico. Ela e a filha, Bianca Romero, de 18 anos, cuidam dos bichos como se fossem da família.  Obama é um labrador e Tina uma cadela vira-lata. O sangue de Obama correu durante alguns meses nas veias de Tina, quando ela foi diagnosticada com um tipo de anemia profunda e incurável em 2012. Na época, o veterinário disse que ela teria no máximo três meses de vida caso não fizesse uma transfusão sanguínea imediata.  Depois de exames específicos, ficou comprovado que Obama era clinicamente compatível e que o sangue dele seria ideal para prolongar a vida da cadela. Ela foi internada e recebeu meio litro de sangue, quantidade que a fez lutar bravamente contra a doença durante mais de um ano.  Andréa contou que Tina doou sangue desde o primeiro ano (idade mínima), assim como Obama, que hoje tem quatro anos, e ajudou a salvar ou prolongar a vida de outros animais. Até então, ela nunca tinha passado pelo processo inverso, mas para a “família” foi gratificante vê-la doando e recebendo doação quando precisou.  “Quase ninguém sabe que os animais também podem doar sangue. É preciso que se tenha consciência, que a população abra os olhos e veja que assim como nós eles (animais) também têm vida e quando ficam doentes podem ser salvos com este gesto solidário.”  Além dos cachorros, Andréa e a filha criam outros dois cães e nove gatos. Entre os gatos estão Jade, de sete anos, Jonny e Pulguinha, ambos com três anos. Eles são felinos sem raça definida e assim como os demais companheiros, ajudam a salvar a vida de outros animais por meio da doação de sangue periodicamente.  “É uma sensação indescritível saber que seu bichinho pode ser salvo ou salvar vidas e que você pode colaborar para que tudo isso aconteça.  Vantagens para doação  Assim como os humanos, os cães ou gatos doadores de sangue recebem alguns benefícios (que se estendem aos tutores). Entre eles está, por exemplo, o direito de fazer um check-up completo, ou seja, uma bateria total de exames para comprovar a boa saúde do animal. A coleta do sangue, a doação e as análises clínicas, nestes casos, são totalmente gratuitas e acontecem uma vez a cada três meses sem oferecer qualquer risco para o doador, uma vez que o sangue é reposto naturalmente pelo organismo em até 21 dias.  No momento do procedimento de doação também são realizadas outras avaliações físicas e laboratoriais para a identificação de uma possível doença incubada que ainda não apresentou sintomas clínicos.  Em seguida, o bicho recebe uma alimentação e fica em repouso até a chegada do tutor.  Não dói e é rápido  O procedimento para coletar o sangue que será doado dura, em média, de 20 a 30 minutos e não causa qualquer tipo de dor ou incômodo no animal.  A coordenadora do projeto “Banco de Sangue Canino” da UnB (Universidade de Brasília), Ana Carolina Mortari, garantiu que o cachorro não sente nem a picada da agulha no corpo em função da camada espessa da gordura que tem por cima da pele.  “O procedimento não é doloroso, muito menos traumático. Os doadores não sofrem de maneira alguma e voltam para casa normalmente em seguida.”  Acostumado a coletar o sangue de dez animais a cada 15 dias para doação, o médico responsável pela clínica, Plínio Arantes, confirmou que o procedimento é indolor. Ele explicou que o material pode ser retirado da pata ou do pescoço do animal.  “Antes de introduzirmos a agulha, fazemos uma depilação de leve e higienizamos o local com álcool para evitar qualquer tipo de infecção. Lavamos as mãos, usamos luvas e deixamos o animal o mais confortável e calmo possível.”  No fim da doação, os cães e gatos ganham presentes como biscoitos e outros alimentos, além de um “cafuné” como recompensa.  Arantes explicou que o procedimento é mais fácil com os cachorros, que não precisam de sedação. Os gatos, porém, precisam ser sedados pelo fato de serem mais ágeis, ariscos e inquietos, mas assim como os cachorros eles não sentem qualquer tipo de dor ou incômodo.  “O efeito do medicamento é rápido e quando terminamos o procedimento ele já está acordado novamente.”  Quem pode doar  Da mesma forma que os seres humanos, não é todo animal que pode doar sangue. No caso dos cachorros, é preciso o peso mínimo de 27 quilos e idade entre um e oito anos. Eles também devem estar com as vacinações e vermifugações em dia, não podem ter doenças crônicas e precisam ser de temperamento dócil. A coleta será de 450 a 500 ml.  Os mesmos critérios para os cães são adotados para os gatos, exceto o peso que deve ser de no mínimo 4,5 quilos. O felino doador também precisa ter temperamento dócil e a coleta será de até 50 ml. Em ambas as situações (cães e gatos) as fêmeas não podem estar grávidas.  Onde doar  As doações ou transfusões podem ser feitas no Centro de Especialidades Veterinárias, que fica no Condomínio San Diego, Lote 13, Loja 01 do Jardim Botânico.  O telefone é o (61) 3427.2282 e o E-mail para contato é contato@cevbrasilia.com.br

O cão Obama e o gato Jonny doam sangue regularmente. (Foto: Gustavo Frasão / R7)
Doar sangue pode salvar muitas vidas e curar doenças. O procedimento, antes restrito aos humanos, já está disponível para animais. Agora, cães e gatos também estão aptos a doar e a fazer transfusão de sangue.
A ideia surgiu do médico veterinário Plínio Rossi Arantes depois de observar que muitos tutores perdiam seus animais domésticos pela ausência deste tipo de serviço na capital federal.
Foi então que decidiu criar, em 2001, o Centro Veterinário de Hemoterapia que funciona dentro de uma clínica particular no Jardim Botânico, região administrativa do DF, especializada em exames como cardiologia, endocrinologia, odontologia, oftalmologia, oncologia, ortopedia, urologia e outras áreas difíceis de serem encontradas para animais de pequeno porte.
“É uma especialidade de extrema importância que até então não era oferecida em Brasília. Hoje, nós mantemos um estoque e revendemos as bolsas com sangues coletados para praticamente todos os hospitais veterinários do Distrito Federal que precisam de apoio para cuidar de cães ou gatos em condições críticas de saúde. A ideia é prestar um serviço de altíssima qualidade e salvar o maior número possível de vidas.”
Um exemplo de quem já ajudou e também precisou receber ajuda aconteceu com Obama e Tina, dois cachorros que não têm qualquer grau de parentesco, mas moram juntos com a família de Andréa Romero, de 39 anos, moradora do Jardim Botânico. Ela e a filha, Bianca Romero, de 18 anos, cuidam dos bichos como se fossem da família.
Obama é um labrador e Tina uma cadela vira-lata. O sangue de Obama correu durante alguns meses nas veias de Tina, quando ela foi diagnosticada com um tipo de anemia profunda e incurável em 2012. Na época, o veterinário disse que ela teria no máximo três meses de vida caso não fizesse uma transfusão sanguínea imediata.
Depois de exames específicos, ficou comprovado que Obama era clinicamente compatível e que o sangue dele seria ideal para prolongar a vida da cadela. Ela foi internada e recebeu meio litro de sangue, quantidade que a fez lutar bravamente contra a doença durante mais de um ano.
Andréa contou que Tina doou sangue desde o primeiro ano (idade mínima), assim como Obama, que hoje tem quatro anos, e ajudou a salvar ou prolongar a vida de outros animais. Até então, ela nunca tinha passado pelo processo inverso, mas para a “família” foi gratificante vê-la doando e recebendo doação quando precisou.
“Quase ninguém sabe que os animais também podem doar sangue. É preciso que se tenha consciência, que a população abra os olhos e veja que assim como nós eles (animais) também têm vida e quando ficam doentes podem ser salvos com este gesto solidário.”
Além dos cachorros, Andréa e a filha criam outros dois cães e nove gatos. Entre os gatos estão Jade, de sete anos, Jonny e Pulguinha, ambos com três anos. Eles são felinos sem raça definida e assim como os demais companheiros, ajudam a salvar a vida de outros animais por meio da doação de sangue periodicamente.
“É uma sensação indescritível saber que seu bichinho pode ser salvo ou salvar vidas e que você pode colaborar para que tudo isso aconteça.
Vantagens para doação
Assim como os humanos, os cães ou gatos doadores de sangue recebem alguns benefícios (que se estendem aos tutores). Entre eles está, por exemplo, o direito de fazer um check-up completo, ou seja, uma bateria total de exames para comprovar a boa saúde do animal. A coleta do sangue, a doação e as análises clínicas, nestes casos, são totalmente gratuitas e acontecem uma vez a cada três meses sem oferecer qualquer risco para o doador, uma vez que o sangue é reposto naturalmente pelo organismo em até 21 dias.
No momento do procedimento de doação também são realizadas outras avaliações físicas e laboratoriais para a identificação de uma possível doença incubada que ainda não apresentou sintomas clínicos.  Em seguida, o bicho recebe uma alimentação e fica em repouso até a chegada do tutor.
Não dói e é rápido
O procedimento para coletar o sangue que será doado dura, em média, de 20 a 30 minutos e não causa qualquer tipo de dor ou incômodo no animal.
A coordenadora do projeto “Banco de Sangue Canino” da UnB (Universidade de Brasília), Ana Carolina Mortari, garantiu que o cachorro não sente nem a picada da agulha no corpo em função da camada espessa da gordura que tem por cima da pele.
“O procedimento não é doloroso, muito menos traumático. Os doadores não sofrem de maneira alguma e voltam para casa normalmente em seguida.”
Acostumado a coletar o sangue de dez animais a cada 15 dias para doação, o médico responsável pela clínica, Plínio Arantes, confirmou que o procedimento é indolor. Ele explicou que o material pode ser retirado da pata ou do pescoço do animal.
“Antes de introduzirmos a agulha, fazemos uma depilação de leve e higienizamos o local com álcool para evitar qualquer tipo de infecção. Lavamos as mãos, usamos luvas e deixamos o animal o mais confortável e calmo possível.”
No fim da doação, os cães e gatos ganham presentes como biscoitos e outros alimentos, além de um “cafuné” como recompensa.
Arantes explicou que o procedimento é mais fácil com os cachorros, que não precisam de sedação. Os gatos, porém, precisam ser sedados pelo fato de serem mais ágeis, ariscos e inquietos, mas assim como os cachorros eles não sentem qualquer tipo de dor ou incômodo.
“O efeito do medicamento é rápido e quando terminamos o procedimento ele já está acordado novamente.”
Quem pode doar
Da mesma forma que os seres humanos, não é todo animal que pode doar sangue. No caso dos cachorros, é preciso o peso mínimo de 27 quilos e idade entre um e oito anos. Eles também devem estar com as vacinações e vermifugações em dia, não podem ter doenças crônicas e precisam ser de temperamento dócil. A coleta será de 450 a 500 ml.
Os mesmos critérios para os cães são adotados para os gatos, exceto o peso que deve ser de no mínimo 4,5 quilos. O felino doador também precisa ter temperamento dócil e a coleta será de até 50 ml. Em ambas as situações (cães e gatos) as fêmeas não podem estar grávidas.
Onde doar
As doações ou transfusões podem ser feitas no Centro de Especialidades Veterinárias, que fica no Condomínio San Diego, Lote 13, Loja 01 do Jardim Botânico.
O telefone é o (61) 3427.2282 e o E-mail para contato é contato@cevbrasilia.com.br

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