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Postado Por : Dom Ruiz quarta-feira, 26 de junho de 2013


Foto: Divulgação

O final de semana foi de festa para mais de 80 sobreviventes da chacina de Santa Cruz do Arari, em Marajó (PA).  Os cães passaram 15 dias sem comer numa ilha afastada e muito pobre onde foram deixados para morrer.  Alguns ainda tinham patas e focinho amarrados com arame farpado quando foram encontrados pela equipe de resgate. A viagem de volta ao continente foi difícil. Horas de barco e depois mais algumas de caminhão até chegar ao abrigo da protetora Raquel Viana, em Outeiro, onde foram imediatamente vacinados pelo CCZ de Belém. No sábado, dia 22, os cães tomaram seu primeiro banho com a ajuda de veterinários e voluntários da região. “Alguns pareciam sorrir com nossos cuidados. O abrigo já estava lotado com outros 300 animais e não havia baia para eles. No entanto, o  interessante é que não tivemos problemas com brigas mesmo mantendo-os soltos num único saguão. Desde que chegaram dormiram uns sobre os outros em paz, como que compartilhando de um mesmo sentimento de gratidão”, conta Raquel.

Raquel Viana com uma cachorrinha sobrevivente, a direita. (Foto: Divulgação)
Raquel Viana com uma cachorrinha sobrevivente, a direita.

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

Mas esse não foi o único motivo de alegria de quem se empenhou no salvamento dos cães.  Teve até bolo para comemorar o afastamento por 90 dias, por medida cautelar, do prefeito de Santa Cruz do Arari, Marcelo Pamplona, acusado de mandar exterminar os animais pagando de R$ 5 a R$ 10 a quem os capturasse pelas ruas. As cenas de caça chocaram o país.  Por conta do valor oferecido, alguns animais que já tinham lar também foram sequestrados de suas casas. Alguns deles foram atirados no Rio e outros abandonados na Ilha do Francês, onde vive uma população ribeirinha extremamente carente.  Os sobreviventes já estavam pele e osso quando a ajuda finalmente chegou. Uma cachorrinha não resistiu, mas muitos casos demonstraram a vontade de viver desses cães que tanto sofreram.




Foto: Divulgação

“Um deles é bem velhinho. Já está cego, surdo e não tem nenhum dente, mas mesmo assim sobreviveu”, conta Raquel. Uma cachorrinha e seus cinco filhotes também foram resgatados, além de outra cadelinha que deu à luz semana passada. Assim, as “boquinhas” a serem alimentadas foram se multiplicando e a situação ficou bastante complicada. “Precisamos de muita coisa, desde produtos de limpeza e material de construção, até xampus e anti-pulgas para cães. Temos que construir baias e acomodar melhor os animais. Por enquanto só estamos separando machos de fêmeas. As mamães e seus filhotes estão numa casa vizinha ao abrigo”, relata a protetora que começou o trabalho de tirar animais das ruas há seis anos. “Comecei com gatos que estavam sendo ameaçados de morte e depois foram chegando, aos poucos, os cães. Conto com a ajuda de doações e veterinários voluntários”.


Foto: Divulgação

Para ajudar o abrigo que deverá, daqui para a frente, manter os sobreviventes do massacre de Arari até que se recuperem e possam ser colocados para adoção, as contas são:
Itaú
Agência 1573
Conta Corrente 37509-2
Allan Maues Menezes
CPF 015.746.242.02
Banco do Brasil
Agência 1882-1
Conta Poupança 6164078-6
Laydes Martins
As contas divulgadas na matéria da semana passada, que tratou do resgate dos cães, também são válidas e o dinheiro, segundo o resgatante Correa do Mel, está sendo utilizado nos gastos com a operação e manutenção dos cães que continuam sendo resgatados. Outros 20 foram retirados da Ilha do Francês e restam mais alguns. Um vídeo foi feito reunindo diversas fases e fotos do resgate dos 82 cães entre os dias 11 e 16 de junho.  Pode ser  visto abaixo:

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